Sensei destaca evolução, desafios e conquistas de alunos autistas que participam do Exame de Faixa neste domingo, em Rio Real.
A participação de alunos autistas no Karatê tem gerado momentos de superação, emoção e orgulho dentro da ARCKA – Associação RealConde de Karatê. A rotina de treinos, que mistura disciplina, acolhimento e adaptação, tem transformado vidas e agora ganha um capítulo especial: três desses alunos vão participar do Exame de Faixa no próximo domingo, 07/12, em Rio Real.

Segundo o sensei Prof. Clildenor Almeida, trabalhar com alunos autistas tem sido “bastante gratificante”. O que mais emociona a equipe é perceber a evolução psicomotora deles, algo que vai além do tatame, refletindo no comportamento, na concentração e na autoconfiança.
Para que esse desenvolvimento aconteça, o processo de ensino é pensado com cuidado. O sensei explica que utiliza atividades lúdicas e equipamentos funcionais específicos, garantindo que cada aluno consiga aprender no seu ritmo, fortalecendo coordenação motora e assimilação dos movimentos. Ele destaca, inclusive, que muitos apresentam uma facilidade surpreendente para memorizar técnicas e nomenclaturas do Karatê.
Mas o caminho não foi simples. Um dos maiores desafios, segundo o sensei, foi lidar com a resistência de alguns pais que tinham dificuldade em aceitar o diagnóstico dos filhos. Hoje, esse cenário mudou e mudou de forma marcante. A conquista mais emocionante é ter três alunos autistas preparados e confiantes para o Exame de Faixa.
“Temos certeza absoluta de que serão aprovados”, afirma com orgulho.
Outro ponto essencial no processo é a participação ativa das famílias. A presença dos pais nas aulas oferece segurança, motivação e reforça a confiança dos alunos.
“Eles desenvolvem muito mais quando sentem que não estão sozinhos”, destaca o sensei.
Ver esses alunos alcançando etapas tão importantes é, para ele, a verdadeira definição de missão cumprida. “Significa tudo pra mim”, resume.
E, encerrando com um recado importante, o sensei faz um apelo direto às gestões públicas: que invistam mais no esporte, especialmente em projetos que incluam pessoas com deficiência, garantindo oportunidades reais de desenvolvimento e cidadania.
No próximo domingo, durante o Exame de Faixa, além de trocas de graduação, haverá também algo ainda maior, a celebração da inclusão, da superação e do esporte como ferramenta de transformação.








